VT GESTAO E TREINAMENTOS

Por que a vulnerabilidade é importante na gestão de alta performance?  

Para muitos, vulnerabilidade é sinônimo de fraqueza, uma condição a ser escondida, como se fosse algum ruim a se admitir. Por isso, a quem prefira vestir uma armadura e manter uma imagem mais dura, do que se mostrar vulnerável. Porém, a vulnerabilidade nada tem a ver com fraqueza, pelo contrário. Para se mostrar vulnerável, expor algo pessoal ou uma dificuldade é preciso se permitir sair da zona de conforto e, sabemos que, para isso é necessário ter coragem.   

Vulnerabilidade é sobre ter coragem, coragem de agir quando não se pode controlar o resultado. Não significa que é a ausência de medo. Coragem e medo não são sentimentos que se excluem mutuamente, como diz Brené Brown em seu livro “A coragem para liderar”.  

Quando falamos em vulnerabilidade no contexto corporativo, onde geralmente há o predomínio de controle e julgamentos, o “tabu” é ainda maior.  Mas já existem vários estudos que mostram que, na verdade, a vulnerabilidade não é um risco é sim uma característica extremamente importante para criar a cooperação entre equipes e melhorar a performance.   

Comportamentos e ações que comunicam segurança e confiança são a “cola” de times bem-sucedidos e com uma cultura forte, e compartilhar vulnerabilidades é um desses comportamentos. Isso porque, quando nós nos mostramos vulneráveis permitimos ao outro ser vulnerável também, e essa “permissão” gera confiança entre as partes, o que é uma exigência psicológica para nos sentirmos seguros. E só quando nos sentimos seguros é que nos conectamos e nos sentimos pertencentes.  

É como um efeito dominó, se você mostra a sua vulnerabilidade o outro também mostra a dele, por outro lado, se você não mostra suas vulnerabilidades o outro também não mostrará as dele.  

Participantes de times de alta performance combinam seus pontos fortes, mas também se sentem confortáveis para dividir seus pontos fracos, dar e receber feedback de forma aberta em prol da melhoria do todo, usar as habilidades de modo complementar e assumir riscos calculados.   

Vulnerabilidade: uma habilidade essencial para líderes de alta performance  

Não se pode crescer e contribuir plenamente usando um escudo, uma armadura. A nossa força vem da capacidade coletiva de planejar, comunicar e trabalhar em grupo. Por isso, a vulnerabilidade é uma habilidade essencial para líderes de alta performance.   

Quando os líderes são capazes de se mostrar vulneráveis, eles contribuem para a criação de um ambiente de confiança que pode levar a uma maior produtividade, criatividade e inovação.  

Assim, a vulnerabilidade pode ajudar os líderes de várias maneiras:  

  • Construir confiança:  Quando os líderes são vulneráveis, e compartilham seus medos, preocupações e fracassos, eles mostram aos seus liderados que são humanos, que não têm resposta para tudo e que também cometem erros. Isso pode ajudar os líderes a serem mais autênticos, genuínos e a construir confiança. Uma pesquisa da Fortune mostrou que “a confiança entre gestores e funcionários é a principal característica que define os melhores locais de trabalho”.  
  • Criar um ambiente de segurança psicológica: Um ambiente de segurança psicológica é um ambiente de trabalho onde os funcionários se sentem seguros para serem eles mesmos e expressarem suas ideias. Quando o líder permite ser vulnerável os outros também se permitem ser e isso gera confiança e empatia. Isso é essencial para promover uma cultura de confiança, franqueza e colaboração e mudar a mentalidade para o aprendizado contínuo.  
  • Promover a inovação: Sem vulnerabilidade não existe criatividade ou inovação. Pois o processo criativo é incerto e não há inovação sem tentativas e fracasso. Para que se possa inovar, resolver problemas e servir as pessoas, é preciso ter o cuidado de criar uma cultura em que as pessoas se sintam seguras, notadas, ouvidas e respeitadas, e para isso é preciso aceitar a vulnerabilidade.  
  • Desenvolver coragem em equipes e organizações:  Os líderes sempre devem deixar claro a sua intenção de gerar segurança e pedir ajuda para isso. Por isso, deve-se cultivar uma cultura na qual conversas difíceis, dedicação e coração pleno sejam o esperado.  

É importante assegurar que o líder seja o primeiro a se mostrar vulnerável e que faça isso com frequência, pois é assim que ele ajudará o grupo a ficar mais forte.   

Aqui estão alguns exemplos de ações de líderes que expressam suas vulnerabilidades:  

  • Posição prestativa cooperativa: Interage de maneira que o outro se sinta seguro e apoiado.  
  • Constrói confiança: A confiança é conquistada nos momentos mais simples, com atitudes como prestar atenção, escutar e cultivar gestos genuínos.  
  • Adota práticas que estimulem a honestidade: Jeff Bezos, CEO da Amazon, é conhecido por sua franqueza e honestidade. Em uma entrevista de 2018, ele admitiu que cometeu erros como CEO e que ainda está aprendendo.  
  • Fala constantemente sobre a expectativa de cooperação: Na liderança, uma das formas de mostrar vulnerabilidade é perguntar para equipe se alguém tem uma ideia. Quando a equipe entende o espaço dado e responde querendo entender o problema e se dispondo a ajudar, isso é um sinal de que aceitaram aquela vulnerabilidade e se mostram também participante daquilo.   
  • Fala com franqueza, mas sem brutalidade: Busque a franqueza, mas evite a sinceridade brutal. Dê feedback menos amplos, mais dirigido, menos pessoal e com menos juízo de valor. Assim é mais fácil de manter uma sensação de segurança de pertencimento ao grupo.  
  • Concentra em momentos críticos: Quando um novo grupo é formado o líder precisa concentrar-se em dois momentos críticos, o primeiro é quando a primeira vulnerabilidade acontece, e o segundo é o primeiro desentendimento. O que acontece nesses momentos, o tipo de ajuda geralmente estabelece um padrão para tudo que vem a seguir.  
  • Dedica tempo para lidar com medos e sentimentos: Liderar não é algo fácil. Escolher o correto e não o mais rápido, abraçar a dificuldade, enfrentar o medo, exige coragem. Por isso, trabalhar a autoconsciência e amor-próprio são importantes e determinam a forma de liderar.   

Gestão de alta performance é saber encontrar e desenvolver o potencial de pessoas e processos, e a base disso se dá a partir da confiança, que só é construída quando o time consegue expressar suas vulnerabilidades, sabe que precisa um dos outros e que não pode fazer as coisas sozinho. E como Brené Brown cita, “Com confiança, tudo é possível, inclusive o mais importante: aprimoramento contínuo e resultados de mercado tangíveis, mensuráveis e sustentáveis”.  

Um comentário

Deixe um comentário para Quanto damos ouvidos aos nossos “Gremlins”?!  – VT GESTAO E TREINAMENTOS Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *