“As pessoas querem ser levadas para algum lugar.” Essa afirmação encapsula uma aspiração fundamental da natureza humana – a busca por propósito, direção e significado em suas vidas. Ela ressalta a necessidade intrínseca que todos nós temos de ter um objetivo, um caminho a seguir e um destino a alcançar.
Segundo Jordan B. Peterson, em seu livro “12 Regras para a Vida, “Ter significado em sua vida é melhor do que ter aquilo que ser quer, porque talvez você nem saiba o que quer ou do que de fato necessita”.
É da natureza humana querer sentir que faz parte de algo maior do que nós mesmos, contribuir para causas significativas e experimentar crescimento pessoal e evolução ao longo do tempo. Isso se aplica tanto a nível pessoal quanto profissional.
No âmbito pessoal, desejamos construir relacionamentos significativos, criar famílias, explorar novos lugares, aprender, crescer e, em última análise, encontrar felicidade e realização. Cada passo que damos, cada escolha que fazemos, é impulsionado pelo desejo de progredir em direção a um estado de vida que consideramos valioso e gratificante.
No contexto profissional, procuramos carreiras que nos desafiem, que permitam o desenvolvimento de nossas habilidades e que tenham um propósito que vá além do mero ganho financeiro. Queremos contribuir para empresas e organizações que compartilhem valores semelhantes e que estejam comprometidas com causas que consideramos importantes.
Quando acreditamos que o que estamos fazendo tem um significado, temos a sensação de que estamos no lugar certo e na hora certa, e que tudo está acontecendo da melhor forma possível naquele momento.
Nessa busca por direção e significado, estamos dispostos a seguir aqueles que nos ajudam a chegar lá. Manifestamos nossa disposição para seguir líderes, mentores e figuras inspiradoras que nos conduzam na jornada da vida. Acreditamos que essas pessoas têm a visão e a sabedoria para nos levar a lugares que talvez não pudéssemos alcançar sozinhos.
Mas onde estão essas figuras inspiradoras no nosso dia a dia?
A cada momento nosso cérebro vasculha o ambiente que estamos e calcula para saber se a gente pode confiar nas pessoas a nossa volta e estabelecer vínculos com elas. Só quando nos sentimos seguros e enxergamos significado que desenvolvemos o sentimento de pertencimento.
Mas infelizmente, não é em todo ambiente, e nem em toda organização que “nos encaixamos” e nos conectamos com os valores e com as metas compartilhadas (nem sempre compartilhadas). E trabalhar numa organização cujo sistema de valores é incompatível com o nosso leva a um péssimo desempenho e a um sentimento de frustração.
Em qualquer empresa, a cultura é uma poderosa ferramenta de gestão, que permite que os colaboradores ajam de forma segura, autônoma, mas consciente.
Daí a importância da liderança na construção e manutenção de uma cultura compartilhada forte.
O Gestor como um Guia
A gestão é uma das ocupações que mais oportuniza ajudar o outro a aprender e a crescer, a assumir responsabilidades, a ter seus feitos reconhecidos e contribuir para o sucesso de uma equipe.
Não importa o modelo de liderança, cabe ao gestor manter a integridade da equipe, guiá-la e ajudá-la a abraçar metas coletivas, estimular os pontos fortes uns dos outros e compartilhar conhecimentos.
Um bom líder deve informar quais são seus objetivos, prioridades e preferências no que diz respeito a determinadas tarefas. Deve mostrar às pessoas o resultado que quer criar e o que considera um bom desempenho. Só assim seus liderados saberão tomar as decisões que ele considera aceitáveis. É muito difícil liderar pessoas se elas não compreendem perfeitamente para onde estão indo e o que se espera delas.
O gestor deve agir com coragem, reconhecer e enfatizar conscientemente a necessidade de atuar como modelo para as pessoas da sua organização.